11/08/10

Once up on a time

E o tempo voava por ela. Ele voava e deixava-a para trás. Seguia o seu rumo sem se aperceber. Quando finalmente se dava conta chamava-a, e ela, arrastada, passava por tudo de uma só vez, de forma irrevogável e sempre sem tempo para nada.
Ela? ela parou no tempo. Pensa em tentar alcançá-lo mas sempre que tenta ele parece fugir-lhe como se gostasse de brincar à apanhada. O tempo foge-lhe por entre os dedos e ela nada pode fazer se não tentar acompanha-lo para que, quando for necessário ela não esteja atrasada.
No fim ela só quer conseguir viver num tempo que não parece ter sido feito para ela, mas que ela quer vir a dominar, um dia.

O tempo, esse bandido clandestino
Salteador de estradas e memórias
Mistura numa névoa libertino
O passado e o futuro das histórias.

O tempo de dizer a vida é breve
O tempo de viver há quem o diga
Só espera que o diabo que o leve
O tempo tem mais olhos que barriga.

Ensinou os dedos de rameira
Remexendo em tudo muito embora
Seja sem prazer que tudo queira
Trinque e deixe a meio e deite fora.

O tempo que se esconde de emboscada
O tempo que te foge a sete pés
O tempo que no fim não vale nada.
Créditos: Imagem: daqui
Musica: Mais olhos que barriga-Susana Félix

1 comentário:

Toca a pôr os dedinhos a mecher e comentar!!! ^^